quarta-feira, 25 de julho de 2018

Maria José (Zezé) Salvatore - autora colinense





Zezé é Peres, de São José dos Macacos, neta de José Peres e filha de Onofre e Francisca, conhecia como Quinha

É professora e tem mestrado em literatura.


  em sua casa, São José dos Macacos, Colina

CADÊ MINHA CASA DO SERTÃO?

Caipira tem casa 
Tem amigo, sofre de solidão.
E porque tem saudade 
Do um tempo que era bom

AH! Saudade aperta
Quando vejo minha casa abandonada
De pintura desbotada 
Sem porta, sem janela, 
E sem tramela

A porteira ta fechada cadeada
Lá a gente não entra não
Se tudo aquilo era meu 
Por que agora não posso não?

Contando-te aqui estou
Dividida entre o passado e o futuro
Mesmos com tanta tecnologia
Que o presente tem me dado

Perdi a fé na simpatia
Reconstruo a minha estória caipira

zezesalvatore


MEU ORGULHO CAIPIRA

Orgulho-me de ser caipira
Do lugar onde nasci
Defendo tudo com alegria
De São José dos Macacos a Colina
E não aceito desrespeito
Na minha tradição
Muitos não me conhecem 
Mas tenho o prazer de dizer
Sou Maria e José do meu lugar
Sou mistura de índio, africanos,
Português. Sou brasileira
Sou a filha das nossas brenhas
De nossos campos, das nossas montanhas.
Dos vales caudalosos;
De rios, ribeirões e os riachos.
Sou caipira de paixão
E tenho a escola e
A religião como obrigação.

ZEZESALVATORE


Essa é a primeira igreja de São dos Macacos. Padroeira: Nossa Senhora das Graças

Por onde andas Bela
A Bela minha irmã de coração saiu para ir no terço e desapareceu nunca mais tivemos notícias seu nome era Bela
A procuramos por varios anos até hoje não a encontramos

Bem ao fundo se ve parte da colonia do meu avô José Perez

eu fiz a primeira comunhão Com o Cônego Plácido dia 10 de Novembro de 1957 em São José dos Macacos


A MENINA

Vem eguinha preta
Minha companheira de estrada 
De macaco a Colina 
Ta me dando saudade 
De o seu trotar e da sua crina
Era minha eguinha 
Chamada Menina
Fui embora e te larguei
Foi preciso você sabe!
Nunca te esqueci Menina
Hoje envelheço e não sei
Cadê você menina? 
Será que morreu?
Da uma dor no peito só pensar.
Eu queria tanto te ver 
Só tenho teu retrato
Que levo na minha alma 
Como uma experiência amorosa,
Adeus querida Menina!!!!

zezesalvatore

Em São José dos Macacos: 










Seu primeiro livro: Costurando Vidas


No lançamento de seu segundo livro: Retalhos do meu sertao
no curso de Turismo Rural em Colina - 2015
Colina e São José dos Macacos estão nele

RETALHOS DO MEU SERTÃO: VAMOS FAZER DESSE LUGAR NOSSO CÉU PARTICULAR







 com o Ronaldo Daher

  com a Maria Dalila Prado Silveira




com a Silvia Palmieri

 SÃO JOSE DOS MACACOS E COLINA .

RETALHOS DO MEU SERTÃO. Lido em Barcelona




Houve uma época em que grandes fazendas eram verdadeiras vilas: contando com armazém de secos e molhados, bar, sorveteria, açougue, barbearia, farmácia, correio, centro telefônico, costureira, bordadeira, escola, etc, atendendo a fazenda propriamente dita e as demais nos arredores... É o caso de São José dos Macacos, Monte Belo, São Joaquim, Mandaguari e Fazenda do Governo, das que temos registro. Com estas atividades mais ou menos presentes atendiam os colonos e fazendeiros da época. Clubes, festas, quermesses, carnaval, bailes de salão, bocha e futebol faziam parte do lazer daquela época. Nas festas dos Macacos, havia um sanfoneiro muito bom, o Joaquim Menino, avô do Padre Santana... e muitas outras histórias... 

A Zezé, a nosso pedido escreveu este texto sobre São José dos Macacos:

São José dos Macacos era uma vila formada por fazendeiros de café, pequenos comerciantes e colonos que trabalhavam nas fazendas.
A vila era uma única rua que tinha início em um mata-burro que ia e vinha de Colina terminava na fazenda Caxambu de Sr. Mario de Felício. Varias paineiras enfeitavam a rua onde uma delas abrigava o ponto de ônibus. Compunha-se de dois armazéns: um do turco Amim e outro da família Angola. A farmácia era do seu Nestor os bares eram quatro: um pertencia ao Miguel e sua irmã Aurora, outro ao Cassim, outro ao José Ambrosio da Silva meu avô, conhecido na minha casa como vô Doce porque nos dava doce quando íamos visitá-lo, o último era uma espécie de mercearia. O centro telefônico ficava anexo à farmácia, era um emaranhado de pinos e fios que se acoplavam nos números. Essa era a única tecnologia que depúnhamos. 
A farmácia pertencia ao Sr. Nestor. Na vila tinha dentista, parteira, sapateiro, alfaiataria, campo de bocha, açougue, barbearia, campo de futebol onde aconteciam grande partidas. As festas corriam á solta, pois o povo era muito alegre. Não tínhamos nenhuma infra-estrutura.
A luz era lampião ou lamparina, água de poço e alguns fazendeiros tinham geradores de energia e o carro fordinho que para funcionar usava-se manivela.
O dia a dia das pessoas
Amanhecia; Às cinco da manhã, nos currais os campeiros tiravam leite das vacas. Os colonos já estavam com o almoço no bornal a caminho da lavoura. Os fazendeiros já estavam com seus cavalos selados para vistoriarem as lavouras. 
No terrerão de café algumas pessoas trabalhando para a secagem do café. As crianças iam para a escola.
As mulheres que tinham a oportunidade de ficarem em casa cuidavam das tarefas caseiras onde: Puxavam água do poço, torravam o café, fazia o sabão, os pães e costuravam as roupas da família. Matavam frangos, faziam lingüiça, e destrinchavam porcos que eram guardados em latas de banha para servirem de mistura. 
A escola
Era a escola mista da Fazenda Santa Catarina tinha somente três séries (1º ano, 2ºano e 3ºano) tudo era junto, uma única professora. No ano que estudei vinha de Colina a professora Ione Guarniere que lecionava na época. Uma coisa curiosa que guardei foi que: Quando o inspetor ia á escola fazer exames dos alunos à jardineira buzinada três vezes para avisar a professora que o inspetor vinha chegando. Tínhamos exame de leitura, português e matemático e repetíamos se a média não atingisse cinco. Enfrentamos castigos , reguladas, apelidos e nem por isso sofreríamos de Bullying nem conhecíamos a palavra éramos felizes. 
O quarto ano era em Monte Belo na escola da Dna Zenaide Paro ou no grupo de Colina.
Cantávamos o hino nacional todas às semanas.
Brincadeiras da época
Na época dividia-se em meninos e meninas
As meninas brincavam de boneca, (As bonecas eram feitas de: espiga de milho, de pano e de papelão), casinha, bugalha, pique esconde, pula corda, pula pau, jogamos bola na parede e bola atrás, brincávamos de roda, (onde predominava as cantigas) brincávamos: de ser professora, médica, dona de casa e outras profissões.
Os meninos jogavam bolinhas de gudês, futebol com a bola de feita de meia, pipa, carrinhos feitos de lata ou de madeira, pescavam, andavam a cavalo, caçavam passarinhos com arapucas, alçapões e estilingues, alguns trabalhavam nas lavouras.
Nota-se que as crianças eram muito criativas os brinquedos eram feito por elas.
Uma coisa triste e “hilária” ou pitoresca para mim:
Os defuntos eram velados nas casas em cima das mesas.
Após o velório o defunto era carregado para cima de um caminhão ou carreta de trator para ser enterrado em Colina. Os participantes do funeral iam à volta do caixão com todo respeito, tiravam os chapéus e iam rezando o terço. Na volta era uma festa. O caminhão parava na sorveteria de Colina onde todos tomavam sorvetes e os mais afoitos dos senhores tomavam pinga e vinham cantando e contando causos. Isso era o muito divertido para mim.

o texto e mais sobre São José dos Macacos estão neste link:
Fazenda São José dos Macacos

Um comentário:

  1. A minha esposa, Amelia Do Carmo Weber nasceu em são Jose dos macacos em 27/02/1942 e foi registrada em Colina. o pai















































































    minha esposa, Amelia Do Carmo Weber nasceu em são Jose dos macacos e foi registrada em Colina em 27/02/1942.
















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