Flores para o Fiori
Pharmácia
Sta. Izabel, Flor na calçada, Flor nas alturas. Os títulos das
Colinenses
anteriores me fazem lembrar o Fiore. Ou Fiori?
O
Antônimo1
acha que tanto faz, pois é uma abreviatura afetuosa de Fioravante.
Ora, em italiano, Fiore = flor, Fiori = flores. Por analogia com o
português e o espanhol, prefiro o plural. “Senhor Flores” não
soa mais próprio e respeitoso do que “Senhor Flor”?
Não
importa a grafia, se é singular ou plural, mas sim quem foi e
continua sendo uma unanimidade colinense: o Senhor (ou Doutor?)
Fioravante Caldana.
Raro,
em qualquer lugar, consenso tão homogêneo, abrangente, consistente
e persistente, como o que existe com relação ao farmacêutico que
por décadas guarneceu a Sta. Izabel. A recordação de seus serviços
e méritos sobreviveu a sua existência terrena. Em função de meu
vínculo natal com a Pharmácia, as pessoas supõem que eu seja
parente dele. E lá vêm elogios e saudade. Parece até que há um
certo orgulho nos que foram beneficiários e testemunhas de seu
trabalho - orgulho não só por ele e sua prática, mas igualmente
por terem sidos por ele cuidados. Tal como o milionário se gaba de
ter ido ao Professor X, da Universidade ou Clínica Y, o colinense
faz praça de que o Fiori cuidou dele, na Sta. Izabel. “Quanta
injeção ele não me aplicou!”, “Minha mãe me levava lá toda
vez que eu me machucava”, “Meus irmãos faziam fila para ele
tratar”.
Topei
muita rua das Flores, nas incontáveis escalas de minha vida de
eterno itinerante. Vi agora, no Google Earth, que são milhares,
centenas de milhares de ruas das Flores, des Fleurs, de las Flores,
Flowerstreets, Blümenstrasse, via dei Fiori. Em Colina não tem,
pois aqui só dá nome de gente e data para logradouro público2.
E,
que eu saiba, não há rua com o nome do Fiori. Não seria uma
homenagem merecida por quem tanto fez, com dedicação, competência
e espírito público, por tantos e tantos anos e para tanta e tanta
gente?
Rua ou outro tipo de logradouro, de preferência perto
de onde ele exerceu seu ofício. Sem prejuízo de Dona Ignácia,
senhora patronímica do todo, talvez se pudesse batizar com o nome
dele (e das flores) algo na Praça da Matriz, junto à Pharmácia: o
Coreto, um Calçadão... Ou talvez erguer um discreto monumento ao pé
do coreto, aludindo a sua obra de décadas, executada dia a dia ali
do outro lado da rua?
Fica
a ideia. E o apoio, se alguém se propõe levar ela adiante.
Fiori
para o Fiori!
1
É quem toca este blogue, responsável por sua excelência, seus
quase 300.000 acessos e por todo esse acervo histórico que nele se
vem incansavelmente compilando – de fazer inveja para qualquer
cidade, grande ou pequena, no Brasil e no mundo. . Não o conheço,
nem de nome. Ele diz que se chama Antônio, e no mais se esconde,
permanece anônimo. Por isso eu o chamo de Antônimo. O que me dá
azo a que de vez em quando o provoque, arguindo que ele anda
precisado de sinonímia. Alguém sabe quem é o Antônio Anônimo,
e pode me dizer? Respostas a rpguimar@gmail.com;
toda reserva garantida ao(s) denunciante(s).
2
Com as exceções da praxe, como a da Praça dos Direitos Humanos,
endereço intrigante de nosso cemitério, do qual já se tratou
antes nestas Colinenses (59, 60, 61, e
sobretudo na “Velório Errado”, Série 2.015).
Nenhum comentário:
Postar um comentário