Errata canina
Bernardo Pericás foi Embaixador do Brasil na ALADI (Montevidéu), na Organização dos Estados Americanos (Washington) e em Havana; foi também o habilíssimo porta-voz do Itamaraty na gestão do Chanceler Ramiro Saraiva Guerreiro, das mais críticas e inteligentes de nossa história diplomática no Século XX. Aposentado, como eu, vive hoje em Mc Lean, na Virgínia, subúrbio de Washington.
Bernardo leu a Colinenses no. 27 (“Cachorro pra Colina”), e se apressou em corrigir-me:
“... o schnauzer não está no rótulo do Black & White. O schnauzer é um belo cachorro, ainda que voluntarioso como Você sabe. (...) Mas no rótulo do Black & White estão dois cachorros: um Scottish Terrier, o black, e um West Highland White Terrier (Westie para os íntimos), que obviamente é o branco. Ambos escoceses, como o nome indica. O Westie tem uma longa história. Foi desenvolvido a partir dos Cairn Terrier, porque numa caçada o dono matou um deles por confundi-lo - pela pelagem- com uma raposa ou algo parecido. Para evitar a repetição de tão infausto acontecimento, selecionou os de pelagem mais clara até que se fixaram os brancos, que dão o nome à raça. Como V. deve ter percebido tenho grande estima pelos Westies. Tive um casal: o macho ficou em Havana pois não resistiria à viagem de avião. Lá morreu, duas semanas depois de partirmos, apesar dos cuidados extremados que lhe dava uma das empregadas da Residência que o adotou. Chamava-se Max e tinha dezessete anos. Deixou muita saudade. A fêmea, Blanquita, está aqui conosco, na flor de seus quatorze anos.”
Obrigado, Bernardo, por alertar para a errata canina e pela aula esclarecedora sobre o rótulo etílico.
Alguém conhece? Há quem tenha, em Colina e/ou redondezas, algum exemplar? Quem sabe onde se possa comprar, por perto? Será que serve pra Colina?
Pergunto, claro, pela raça dos westies, não pelo whisky.
Este, eu sei muito bem onde encontrar.
SOBRE O AUTOR:
Começou a carreira profissional como jornalista, nas “Folhas” e no “O Estado de S. Paulo”; paralelamente, formou-se na Faculdade de Direito da USP, no Largo de São Francisco.Diplomata desde 1963, foi Secretário de Embaixada em Bruxelas e Bogotá, Chefe do Escritório Comercial do Brasil nos EUA, Cônsul Geral ad interim em Nova York, Ministro-Conselheiro na Embaixada em Washington e Encarregado de Negócios junto aos EUA, ad ínterim.Promovido a
Embaixador em 1987, exerceu aquela função na Venezuela, no Uruguai e na Austrália (cumulativamente, também na Nova Zelândia e em Papua-Nova Guiné). Foi igualmente Cônsul-Geral do Brasil em Frankfurt, na Alemanha, e em Tóquio, no Japão.
No Brasil, foi Chefe da Divisão de Programas de Promoção Comercial, porta-voz do Itamaraty na gestão Olavo Setúbal e Chefe do Gabinete do Ministro Abreu Sodré; fora de Brasília, foi Chefe do Escritório do Ministério das Relações Exteriores em São Paulo – ERESP, que instalou.Aposentou-se em abril de 2.008. Reside atualmente em Colina, sua terra natal, interior de São Paulo, Brasil.
É o autor de “Crônicas do Inesperado”, lançado em outubro de 2.009.
Para contatos, usar o endereço de e-mail rpguimar@gmail.com
Aberto às suas opiniões, sugestões, etc...
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