Festa na rua
Os muros contrastam, aliás, com o estilo de vida francamente extrovertido da cidade.
Que lugar afortunado, este, onde as famílias podem reunir-se na calçada, felizes e tranquilas, na qual se pode pôr as cadeiras na própria rua, em círculos alegres e desbordantes de conversa e afeto, envolvendo três, quatro gerações - até berço na roda!
Onde vejo a garotada jogando futebol sobre o asfalto, como antigamente (só que em cima da terra, mesmo, naquele tempo, que em paralelepípedo não dava para os pés descalços...), meninas patinando sem constrangimento de tráfego, deixando as sandálias no meio da rua, descuidadas, para se sentirem mais à vontade em cima de suas máquinas voadoras (quase).
Cidade em cujas ruas se pode caminhar, onde vi inúmeras vezes mães empurrando o carrinho do bebê, despreocupadas de carros, caminhões, ônibus.
Onde eu próprio prefiro caminhar, meio desconfortável nas calçadas, minha altura incompatível com as copas frondosas e baixas de certas árvores.
Cidade de tanta árvore que um amigo disse, atônito diante de imagem de satélite, do “Google Earth”, que lhe mandei: mas é uma “fazenda ajardinada!”.
Cidade verde, luminosa e calorosa.
Por que os muros?
Para complicar ainda mais a resposta: por que tanto mais muros opacos, indevassáveis, do que grades transparentes de altura equivalente, se ambos têm o mesmo propósito, cumprem a mesma missão protetora?
Sobre o autor:
Começou a carreira profissional como jornalista, nas “Folhas” e no “O Estado de S. Paulo”; paralelamente, formou-se na Faculdade de Direito da USP, no Largo de São Francisco.Diplomata desde 1963, foi Secretário de Embaixada em Bruxelas e Bogotá, Chefe do Escritório Comercial do Brasil nos EUA, Cônsul Geral ad interim em Nova York, Ministro-Conselheiro na Embaixada em Washington e Encarregado de Negócios junto aos EUA, ad ínterim.Promovido a
Embaixador em 1987, exerceu aquela função na Venezuela, no Uruguai e na Austrália (cumulativamente, também na Nova Zelândia e em Papua-Nova Guiné). Foi igualmente Cônsul-Geral do Brasil em Frankfurt, na Alemanha, e em Tóquio, no Japão.No Brasil, foi Chefe da Divisão de Programas de Promoção Comercial, porta-voz do Itamaraty na gestão Olavo Setúbal e Chefe do Gabinete do Ministro Abreu Sodré; fora de Brasília, foi Chefe do Escritório do Ministério das Relações Exteriores em São Paulo – ERESP, que instalou.Aposentou-se em abril de 2.008. Reside atualmente em Colina, sua terra natal, interior de São Paulo, Brasil.
É o autor de “Crônicas do Inesperado”, lançado em outubro de 2.009.
Para contatos, usar o endereço de e-mail rpguimar@gmail.com
Aberto às suas opiniões, sugestões, etc...
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Bom dia Renato..
ResponderExcluirAdorei o parecer de seu amigo,, "fazenda ajardinada" bem diferente e clever ao mesmo tempo...
Interessante ao ler suas crônicas e vivenciar realmente o que tu fala como ex:- o descrever das crianças brincando como no tempo antigo, o interessante de ler isso é analisar que apesar de vivermos isso fica sendo tão banal pois isso acontece no dia a dia e você que recém chegado analisa comparando ainda com os tempos remotos ai me faz pensar que legal rever essa analise toda e sentir que isso acontece aos nossos olhos..
Mas creio que é assim mesmo quando vivenciamos uma coisa cotidiana não analisamos muito ela passa batido.
Despertar sempre é bom gostei,,