Arqueologia


Diversas descobertas arqueológicas evidenciam a ocupação da região antes da chegada do homem branco...


2) Estudantes vão aprender sobre sítio arqueológico colinense
Professores da rede municipal de ensino participaram da oficina didática do Programa de Educação Arqueológica “De Bem com o Passado”, realizado dia 26 de julho no auditório da Secretaria de Educação pela antropóloga Louise Prado Alfonso, de São Paulo. - O Colinense, 8/8/2010




 
3) MUSEUS DE PALEONTOLOGIA E DE ARQUEOLOGIA: MONTE ALTO, SP
Em novembro de 1992 foi realizada uma prospecção sistemática em terrenos do bairro rural Água Limpa, que detectou um sítio a céu aberto, denominado Água Limpa, o qual continha em sua superfície vestígios cerâmicos, líticos e faunísticos, intitulados pelos arqueólogos de cultura material. Em julho de 1993 e setembro de 1994 desenvolveram-se no sítio de Água Limpa as duas primeiras campanhas de pesquisas de campo.
As pesquisas evidenciaram uma aldeia ceramista pré-histórica, formada por “Manchas Escuras” (decorrentes da decomposição de antigas cabanas circulares sustentadas por troncos de árvores e cobertas por materiais vegetais), uma área de sepultamentos primários de indivíduos adultos estendidos e semi-fletidos (uma necrópole), sepultamentos secundários - dentro de urnas de cerâmica lisa, fogueiras - internas e externas às habitações, além de ossos, dentes, conchas, vasilhames de cerâmica, lascas, raspadores, percutores, almofarizes, mãos-de-pilão, lâminas de machado polidas - documentos contextualizados junto às estruturas de habitação, sepultamentos, combustão, restos alimentares, etc.
Diante do potencial arqueológico de Monte Alto foram realizadas, a partir de informações orais, prospecções sistemáticas em outro bairro rural - Anhumas, onde foram detectados mais dois sítios a céu aberto, denominados Anhumas I e II. Assim, foi elaborado o projeto arqueológico Turvo (1993) para dar continuidade às escavações em Água Limpa e iniciá-las nos outros dois sítios.
A estratigrafia do Sítio Água Limpa, constituída por um nível lito-cerâmico, correlacionada às datações processadas por Termoluminescência na USP e na FATEC indicam que ele teve ocupações contínuas de 1524 a 456 anos antes do Presente, evidenciando que seus primeiros habitantes eram índios em processo de sedentarização. As pesquisas arqueológicas desenvolvidas até julho/98 (custeadas pela Prefeitura Municipal de Monte Alto), indicam o modo de vida de populações extintas e sem escrita que viveram no Vale do Turvo, no bairro rural Água Limpa. Elas dominavam o fogo, faziam vasilhames de cerâmica, viviam em cabanas circulares, tinham uma agricultura incipiente, poliam e conservavam o gesto de lascar a pedra e mantinham as atividades de caça, coleta e pesca, dados que indicam uma acentuada divisão de trabalho social.
Documento material lítico:
No Sítio Água Limpa foram evidenciadas peças e artefatos em pedra lascada e polida no interior das “Manchas Escuras”, junto às fogueiras, aos restos alimentares e na superfície do solo da aldeia pré-histórica. Os vestígios líticos lascados servem para cortar, raspar, perfurar. Os coletados no sítio Água Limpa são representados por lascas (com e sem retoques), raspadores, furadores, pontas, núcleos, percutores, etc. Foram utilizados nas atividades de caça, coleta, pesca e preparo de alimentos.
Os vestígios líticos polidos são representados por almofarizes, mãos-de-pilão, lâminas de machado polidas, polidores, etc. Indiretamente, indicam sedentarização: prática de agricultura incipiente, moagem de sementes e grãos. Foram, também, coletadas peças líticas naturais, ou seja, sem transformação humana, como o cristal de quartzo encontrado junto ao Sepultamento 04 (feminino), além de uma lâmina de machado polida e um seixo polidor sob a mandíbula do Sepultamento 08 (masculino). O advento do polimento da pedra é concomitante ao da cerâmica e ao domínio do fogo.