Paulo Colina
poeta, escritor, teatrólogo, tradutor e militante
Sem pedir
licençaE lá se foi Colina... “nos
ombros largos da noite”Bahiji
Haje
Não
deu nos jornais. Naquele 9 de outubro de 1999, às vésperas de um feriado
prolongado que esvaziaria a cidade, São Paulo viu partir o poeta Paulo Colina. O
coração que tantas vezes bateu acelerado ao ver brotar um poema, calou-se sob um
inesperado mal de Chagas. Para alguns dos amigos mais próximos, a causa mortis
foi outra: Colina morreu assassinado pelo desemprego, que o consumia há quase
dez anos. Padeceu sob a lógica fria do capitalismo, que não estende a mão para
jovens com mais de 40 anos.
Ainda que elegesse a bebida como companheira nas noites em que procurava sobreviver com dignidade – “às vezes, beber é uma corda estendida / fora da boca dos poços” – o poeta tinha uma angustiada consciência de que seria difícil voltar aos tempos de antes. Tempos em que, bem empregado em grandes empresas de importação e exportação, dono de um fluente inglês que também o iniciaria no ramo da tradução, esbanjava alegria de viver. “A última vez que nos vimos, pouco antes de sua morte, ele estava dando um show em um bar na Cardeal Arcoverde, interpretando músicas com letras suas, a MPB bem viva, sambas que me lembraram os bons tempos de Elizeth Cardoso, Clementina de Jesus, Ciro Monteiro”, conta o amigo Antônio Carlos Ribeiro Fester, ficcionista e companheiro de Colina na diretoria da União Brasileira de Escritores, a UBE.
Nos últimos tempos, o autor de A noite não pede licença procurava fazer de tudo um pouco. Fazia teatro infantil nas escolas, dava palestras aqui e ali, tocava e cantava em bares pela cidade. A noite era sua companhia predileta. Pela manhã, não nutria muita simpatia, como fez questão de expressar no poema Pelas Ruas: “A manhã espicha sua cara enrugada / entre as cortinas da aurora”.
Ainda que elegesse a bebida como companheira nas noites em que procurava sobreviver com dignidade – “às vezes, beber é uma corda estendida / fora da boca dos poços” – o poeta tinha uma angustiada consciência de que seria difícil voltar aos tempos de antes. Tempos em que, bem empregado em grandes empresas de importação e exportação, dono de um fluente inglês que também o iniciaria no ramo da tradução, esbanjava alegria de viver. “A última vez que nos vimos, pouco antes de sua morte, ele estava dando um show em um bar na Cardeal Arcoverde, interpretando músicas com letras suas, a MPB bem viva, sambas que me lembraram os bons tempos de Elizeth Cardoso, Clementina de Jesus, Ciro Monteiro”, conta o amigo Antônio Carlos Ribeiro Fester, ficcionista e companheiro de Colina na diretoria da União Brasileira de Escritores, a UBE.
Nos últimos tempos, o autor de A noite não pede licença procurava fazer de tudo um pouco. Fazia teatro infantil nas escolas, dava palestras aqui e ali, tocava e cantava em bares pela cidade. A noite era sua companhia predileta. Pela manhã, não nutria muita simpatia, como fez questão de expressar no poema Pelas Ruas: “A manhã espicha sua cara enrugada / entre as cortinas da aurora”.
O velho
Mutamba
O
poeta nasceu Paulo Eduardo de Oliveira, em Colina, interior paulista, no dia 9
de março de 1950. Em São Paulo, a facilidade com outras línguas o levaria para o
ramo de importação e exportação, mas não era ali que estava sua alma. Mais
tarde, expressaria em versos sua razão principal de viver: “Ardo em febre de
vida / a cada palavra / em que transpiro / um novo poema”.
E foi em 1975 que o jovem Colina, já preparando seu primeiro livro de poesias (Plano de Vôo), conheceu o amigo que o ajudaria a trilhar seu rumo de poeta. Ao saber que o jornalista e escritor Oswaldo de Camargo freqüentava um barzinho da Galeria 7 de Abril, apelidado de “Buraco da Antonieta”, em homenagem à simpática garçonete que lá trabalhava, Colina decidiu conhecê-lo. Camargo, na época um dos raros negros presentes na mídia, por conta do trabalho no jornal o Estado de S. Paulo e do lançamento de seu primeiro livro, O Carro do Êxito, enxergou no jovem poeta a mesma garra pela boa literatura que trazia consigo. Foi amizade à primeira vista. Logo, juntou-se a eles um outro iniciante, o também paulista Abelardo Rodrigues.
Cerca de 15 anos mais velho que os amigos, Camargo era portador das memoráveis experiências na Associação Cultural do Negro, que teve seu auge nas décadas de 50 e 60. Lá, figuras expressivas da literatura nacional, brancos e negros, congraçavam-se na vida literária. Ele cita Afonso Schimidt (autor de A Marcha, Menino Felipe e Colônia Cecília), Fernando Góes, Jaime Aguiar, Florestan Fernandes, Solano Trindade, entre outros. A efervescência daqueles anos, regados a muitos debates e palestras, Camargo fez questão de traduzir para os jovens amigos.
Os encontros passaram a ser semanais, agora no Bar e Restaurante Mutamba, no centro da cidade. Ali, liam textos, trocavam poesias, discutiam a literatura negra. Logo, seriam conhecidos como o “triunvirato”. Juntos, participariam de eventos literários importantes, como a Bienal Nestlé e o Perfil da Literatura Negra, viajariam pelo país e, também, para o exterior.
O Mutamba também viu nascer, em 1978, o Grupo QuilombHoje, que passaria a editar os Cadernos Negros, publicação que ainda sobrevive nos dias atuais como sempre foi, um esforço praticamente solitário de divulgação da literatura negra brasileira contemporânea em prosa e verso. Além dos três amigos, a iniciativa partiu de outros dois importantes poetas que também despontavam na época: Luís Silva, o Cuti, e o escritor argentino Jorge Lescano. Algum tempo depois, o “triunvirato” se distanciaria do QuilombHoje e seguiria rumo próprio. Camargo explica a divergência que levou à separação: “Eu era mais velho que eles e tinha a convicção de que escrever implica qualidade, conquistar um estilo. Escrever não é publicar qualquer coisa. É preciso critério.”
Colina tinha a mesma preocupação estética? Camargo responde que sim, citando um trecho de Corpo a corpo, um dos poemas do amigo: “O papel branco vive me jogando / desafios na cara / Bastaria aos poemas apenas / a cor da minha pele?”
E foi em 1975 que o jovem Colina, já preparando seu primeiro livro de poesias (Plano de Vôo), conheceu o amigo que o ajudaria a trilhar seu rumo de poeta. Ao saber que o jornalista e escritor Oswaldo de Camargo freqüentava um barzinho da Galeria 7 de Abril, apelidado de “Buraco da Antonieta”, em homenagem à simpática garçonete que lá trabalhava, Colina decidiu conhecê-lo. Camargo, na época um dos raros negros presentes na mídia, por conta do trabalho no jornal o Estado de S. Paulo e do lançamento de seu primeiro livro, O Carro do Êxito, enxergou no jovem poeta a mesma garra pela boa literatura que trazia consigo. Foi amizade à primeira vista. Logo, juntou-se a eles um outro iniciante, o também paulista Abelardo Rodrigues.
Cerca de 15 anos mais velho que os amigos, Camargo era portador das memoráveis experiências na Associação Cultural do Negro, que teve seu auge nas décadas de 50 e 60. Lá, figuras expressivas da literatura nacional, brancos e negros, congraçavam-se na vida literária. Ele cita Afonso Schimidt (autor de A Marcha, Menino Felipe e Colônia Cecília), Fernando Góes, Jaime Aguiar, Florestan Fernandes, Solano Trindade, entre outros. A efervescência daqueles anos, regados a muitos debates e palestras, Camargo fez questão de traduzir para os jovens amigos.
Os encontros passaram a ser semanais, agora no Bar e Restaurante Mutamba, no centro da cidade. Ali, liam textos, trocavam poesias, discutiam a literatura negra. Logo, seriam conhecidos como o “triunvirato”. Juntos, participariam de eventos literários importantes, como a Bienal Nestlé e o Perfil da Literatura Negra, viajariam pelo país e, também, para o exterior.
O Mutamba também viu nascer, em 1978, o Grupo QuilombHoje, que passaria a editar os Cadernos Negros, publicação que ainda sobrevive nos dias atuais como sempre foi, um esforço praticamente solitário de divulgação da literatura negra brasileira contemporânea em prosa e verso. Além dos três amigos, a iniciativa partiu de outros dois importantes poetas que também despontavam na época: Luís Silva, o Cuti, e o escritor argentino Jorge Lescano. Algum tempo depois, o “triunvirato” se distanciaria do QuilombHoje e seguiria rumo próprio. Camargo explica a divergência que levou à separação: “Eu era mais velho que eles e tinha a convicção de que escrever implica qualidade, conquistar um estilo. Escrever não é publicar qualquer coisa. É preciso critério.”
Colina tinha a mesma preocupação estética? Camargo responde que sim, citando um trecho de Corpo a corpo, um dos poemas do amigo: “O papel branco vive me jogando / desafios na cara / Bastaria aos poemas apenas / a cor da minha pele?”
“Na esquina do
mundo”
A si
próprio, Paulo Colina definiu como um “território ermo plantado na esquina do
mundo”. Foi neste território que brotaram poesias belíssimas, que conformam uma
pequena mas inspiradora obra. Ao todo, o poeta editou quatro livros: Fogo
Cruzado (Edições Populares, SP, 1980); Plano de Vôo (Roswitha Kempf/Editores,
SP, 1984); A noite não pede licença (Roswitha Kempf/Editores, SP, 1987) e Todo o
fogo da luta (Scortecci, SP, 1989). Também organizou algumas coletâneas de
poetas negros, como a premiada Antologia Contemporânea da Poesia Negra
Brasileira (Global Editora, SP, 1982) e teve poemas publicados por vários
autores.
Como poucos, Colina soube traduzir em versos únicos a chama da denúncia racial e das desigualdades sociais com um suave lirismo. “Ele tinha um senso estético muito fino e dispensava uma grande atenção para a palavra eleita”, comenta Oswaldo de Camargo. “Colina conseguiu associar à necessidade de denúncia contra o preconceito racial de que é vítima a comunidade negra no Brasil, um refinado erotismo e uma preocupação constante com o humano para além das fronteiras da cor da pele”, reforça Zilá Bernd, professora de literatura na UFRGS.
As várias faces do poeta – o tradutor do quotidiano, o lírico, o social, o erotismo fino – sempre caminharam juntas. Cada uma delas traduzida em poemas marcantes.
Em Pequena Balada Insurgente, a denúncia: “Não há rancor nem ódio / há esse clamor surdo / que rebenta em meu coração / face a tantas bocas subterrâneas / face a tanto cuidar de telenovelas, samba e futebol.”
Em Forja, a memória dos quilombos: “Embora o gesto possa ser / no mais todo ternura / o poema continua um quilombo no coração.”
Em Solitude, o lírico: “Meu peito é um vão / por onde a cidade transita.”
Como poucos, Colina soube traduzir em versos únicos a chama da denúncia racial e das desigualdades sociais com um suave lirismo. “Ele tinha um senso estético muito fino e dispensava uma grande atenção para a palavra eleita”, comenta Oswaldo de Camargo. “Colina conseguiu associar à necessidade de denúncia contra o preconceito racial de que é vítima a comunidade negra no Brasil, um refinado erotismo e uma preocupação constante com o humano para além das fronteiras da cor da pele”, reforça Zilá Bernd, professora de literatura na UFRGS.
As várias faces do poeta – o tradutor do quotidiano, o lírico, o social, o erotismo fino – sempre caminharam juntas. Cada uma delas traduzida em poemas marcantes.
Em Pequena Balada Insurgente, a denúncia: “Não há rancor nem ódio / há esse clamor surdo / que rebenta em meu coração / face a tantas bocas subterrâneas / face a tanto cuidar de telenovelas, samba e futebol.”
Em Forja, a memória dos quilombos: “Embora o gesto possa ser / no mais todo ternura / o poema continua um quilombo no coração.”
Em Solitude, o lírico: “Meu peito é um vão / por onde a cidade transita.”
Na trilha de Gama, Cruz e
Sousa, Guedes, Trindade...
“Se
negro sou, ou se bode / pouco importa / O que isto pode?”
A literatura negra, definida por Oswaldo de Camargo como a expressão do “eu” negro e não apenas uma narrativa “sobre” o negro, tem no autor dos versos acima seu pioneiro no Brasil. Luís Gama, filho da heroína negra Luísa Mahin, foi o único a escrever no século XIX poesias com conteúdo explicitamente negro. Depois dele, vieram outros grandes, como Cruz e Sousa (autor de Emparedado, Missal, Broquéis, Cisne Negro) e o escritor Lima Barreto (Clara dos Anjos, Triste fim de Policarpo Quaresma).
Já neste século, surgia Lino Guedes, cuja obra principal foi Canto do Cisne Preto, em 1926. Cristão praticante, Guedes tinha uma preocupação educativa: falava de bom comportamento, higiene, educação, auto-estima. Depois dele, um vazio transitório invadiu a literatura negra brasileira, só rompido com o surgimento do poeta, teatrólogo, ator e folclorista Solano Trindade, nascido no Recife em julho de 1908. Poeta social por excelência, Trindade teve no livro Cantares para o meu povo sua maior obra. “Não disciplinarei as minhas emoções estéticas”, dizia o poeta pernambucano... “deixa-las-ei livres como o meu desejo de viver”.
Para Oswaldo de Camargo, o poeta Paulo Colina é um produto de todas estas gerações. “A negritude, tornada moderna após os caminhos abertos por Guedes e Solano, acentuou-se em Colina. Nele, havia a inquietação por uma estética que não fosse tão só justificada ou medida pela quantidade de livros, mas o esteio de obras que perdurassem no tempo, por serem autênticas, elaboradas e sancionadas por um alto senso estético”, finaliza.
A literatura negra, definida por Oswaldo de Camargo como a expressão do “eu” negro e não apenas uma narrativa “sobre” o negro, tem no autor dos versos acima seu pioneiro no Brasil. Luís Gama, filho da heroína negra Luísa Mahin, foi o único a escrever no século XIX poesias com conteúdo explicitamente negro. Depois dele, vieram outros grandes, como Cruz e Sousa (autor de Emparedado, Missal, Broquéis, Cisne Negro) e o escritor Lima Barreto (Clara dos Anjos, Triste fim de Policarpo Quaresma).
Já neste século, surgia Lino Guedes, cuja obra principal foi Canto do Cisne Preto, em 1926. Cristão praticante, Guedes tinha uma preocupação educativa: falava de bom comportamento, higiene, educação, auto-estima. Depois dele, um vazio transitório invadiu a literatura negra brasileira, só rompido com o surgimento do poeta, teatrólogo, ator e folclorista Solano Trindade, nascido no Recife em julho de 1908. Poeta social por excelência, Trindade teve no livro Cantares para o meu povo sua maior obra. “Não disciplinarei as minhas emoções estéticas”, dizia o poeta pernambucano... “deixa-las-ei livres como o meu desejo de viver”.
Para Oswaldo de Camargo, o poeta Paulo Colina é um produto de todas estas gerações. “A negritude, tornada moderna após os caminhos abertos por Guedes e Solano, acentuou-se em Colina. Nele, havia a inquietação por uma estética que não fosse tão só justificada ou medida pela quantidade de livros, mas o esteio de obras que perdurassem no tempo, por serem autênticas, elaboradas e sancionadas por um alto senso estético”, finaliza.
O último
vôo
Zilá
associa a utilização que Colina faz do simbolismo do vôo ao desejo do poeta de
evadir-se do mundo real, “pois tem a aguda consciência de que a realidade que o
cerca é tão opressiva e enclausurante que só um bem elaborado plano de vôo
poderá levá-lo à superação”.
De fato, em muitas vezes, a poesia de Colina expressava com absoluta nitidez o choque entre sua sensibilidade e sua época: “Só me resta o mergulho fundo / no remoinho de vultos que sou / no mar de abraços cegos em que me navego”.
Do amigo Camargo, vem a definição inconteste:
“Paulo Colina é um caso de pessoa que tem sonhos estéticos e se incompatibiliza com a realidade, com a dureza da realidade. Ser negro, ser poeta, ser esteta, é uma proeza que vale a pena, mas tem um preço muito alto. Mas ele pagou este preço. O poeta Colina é fruto de um grande talento, de um esforço para conquistar uma estética e a fidelidade ao que achava ser correto.”
Possível fosse perguntar a ele, Colina, se faria tudo de novo, talvez repetisse o depoimento dado em 1988, para o Informativo Bamerindus, por ocasião das comemorações do centenário da Abolição: “Tenho muita convicção de que o negro é o Brasil. Cabe, portanto, aos negros, aos escritores negros, o repensar constante da história, dar consciência ao povo. E a história é feita no dia-a-dia, por meio de um poema, uma letra de música, por meio de um conto, uma novela. Se houver outra vida, quero ser mais negro”.
De fato, em muitas vezes, a poesia de Colina expressava com absoluta nitidez o choque entre sua sensibilidade e sua época: “Só me resta o mergulho fundo / no remoinho de vultos que sou / no mar de abraços cegos em que me navego”.
Do amigo Camargo, vem a definição inconteste:
“Paulo Colina é um caso de pessoa que tem sonhos estéticos e se incompatibiliza com a realidade, com a dureza da realidade. Ser negro, ser poeta, ser esteta, é uma proeza que vale a pena, mas tem um preço muito alto. Mas ele pagou este preço. O poeta Colina é fruto de um grande talento, de um esforço para conquistar uma estética e a fidelidade ao que achava ser correto.”
Possível fosse perguntar a ele, Colina, se faria tudo de novo, talvez repetisse o depoimento dado em 1988, para o Informativo Bamerindus, por ocasião das comemorações do centenário da Abolição: “Tenho muita convicção de que o negro é o Brasil. Cabe, portanto, aos negros, aos escritores negros, o repensar constante da história, dar consciência ao povo. E a história é feita no dia-a-dia, por meio de um poema, uma letra de música, por meio de um conto, uma novela. Se houver outra vida, quero ser mais negro”.
Fontes
O Negro Escrito, livro de Oswaldo Camargo, Imesp, SP, 1987.
Antologia Conteporânea da Poesia Negra Brasileira, livro organizado por Paulo Colina, Global Editora, 1982.
O Escritor, jornal da União Brasileira de Escritores (dezembro/99).
Linguagem Viva, encarte do jornal A Tribuna Piracicabana (novembro/99).
Informativo Bamerindus (nº 55, abril/1988).
Entrevista com Oswaldo de Camargo (realizada em janeiro/2000).
http://www.pco.org.br/joaocandido/colina/e_la_se_foi_colina.htm
Vinte e um anos após a precoce morte do grande poeta Paulo Colina, como não lamentar e reconhecer que perdura no Brasil não só o racismo estrutural, mais também o assassinato indiscriminado e institucionalizado das cabeças pensantes da comunidade Afrodescendente brasileira.
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